Por Que Pacientes Abandonam a Psicoterapia? Motivos Comuns e Reflexões Clínicas

O abandono da psicoterapia é um fenômeno relativamente comum e multifatorial, que pode comprometer os resultados do processo terapêutico. Diversos estudos apontam que uma parcela significativa dos pacientes desiste antes de completar o número necessário de sessões para obter benefícios consistentes. Entre os principais motivos, destacam-se fatores pessoais, relacionais e contextuais.

Um dos motivos mais frequentes é a expectativa irrealista sobre os resultados da terapia. Muitos pacientes esperam mudanças rápidas e imediatas, e, ao não perceberem progresso em poucas sessões, desanimam. A ausência de uma aliança terapêutica sólida também está entre os principais fatores. Quando o paciente não se sente acolhido, compreendido ou confiante em relação ao terapeuta, a tendência ao abandono aumenta.

Além disso, questões emocionais podem levar o paciente a evitar o enfrentamento de conteúdos dolorosos. O aprofundamento das sessões pode evocar memórias difíceis ou desconfortos que levam à evasão como mecanismo de defesa. Também há aspectos práticos que interferem na continuidade do tratamento, como dificuldades financeiras, falta de tempo, mudanças de rotina ou de local de moradia.

Por fim, a resistência ao processo terapêutico, consciente ou inconsciente, também pode se manifestar em forma de desistência. Alguns pacientes podem não estar prontos para mudanças internas ou externas exigidas pela psicoterapia.

Para minimizar o abandono, é fundamental que o psicólogo estabeleça uma relação empática e segura desde o início, explore as expectativas do paciente e trabalhe constantemente a aliança terapêutica. Uma escuta ativa e uma comunicação clara sobre o processo são essenciais para manter o engajamento e possibilitar uma experiência terapêutica mais efetiva e duradoura.

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